A juíza da vara de execuções penais,
Luana Campos, culpa o governo do estado pela superlotação nas cadeias de
Rio Branco e aponta três alternativas que já deveriam estar em prática
para amenizar o problema.
Luana Campos informou que há três anos o
pavilhão A do presídio Francisco de Oliveira Conde está sendo
reformado, e descobriu que, nos últimos meses, a obra parou. A
construção do presídio feminino também está parada. “Se ficassem prontas
era só fazer a transferência das mulheres que se ganharia vagas
suficientes para acabar com o problema da superlotação nas delegacias”,
disse.
A juíza apontou ainda que o presídio de
Senador Guiomard tem quase 300 vagas. A Justiça só não está enviando os
presos para a unidade porque não tem médico e agentes suficientes para a
segurança.
“Outro problema é a estrutura frágil do
complexo que permite a fuga de presos com muita facilidade. É só o
governo melhorar essas estruturas e vamos conseguir manter as delegacias
vazias”, completou.
A magistrada falou também sobre o
projeto do governo de construir presídios com a parceria
público-privada. O problema é que até que se implante esse sistema vai
demorar muito.
É preciso fazer vários estudos de
viabilidade para que o sistema seja modificado. “Até que essas mudanças
sejam concretizadas ainda vai se passar muito tempo. É preciso buscar
alternativas agora para abrir vagas nos presídios”, salientou.
Outra medida que vai demorar a ser
aplicada é a antecipação da progressão de regime. No mês passado, foram
retirados 123 detentos do regime fechado para o semiaberto. 25 presos
aproveitaram o benefício e fugiram.
Atualmente, os pavilhões do regime
fechado do presídio Francisco de Oliveira Conde têm 1.158 presos, quando
só poderia ter 340. É quase quatro vezes mais que a capacidade.
Enquanto isso, nas delegacias, os
agentes de polícia vão enfrentando dias de terror. Na noite dessa
segunda-feira (23), três presos foram flagrados abrindo um enorme buraco
na cela onde estão presos na delegacia da 1ª Regional.
A superlotação nas celas das delegacias
se tornou um problema para os policiais, que precisam ficar de olho nos
detentos para evitar fugas. Todos os dias uma cela é destruída.
As vagas abertas diariamente no presídio de Rio Branco não são suficientes para esvaziar as delegacias.
www.agazeta.net
0 comments:
Postar um comentário