Estive em xapuri acompanhando de perto o processo de eleição da presidência do sindicato dos trabalhadores rurais de xapuri. Importante sindicato fundado no limiar da luta dos seringueiros, que culminou na morte de um dos mais importante líder e também fundador do movimento de trabalhadores rurais do acre, Chico Mendes. Mas ao chegar em xapuri acompanhado de outros amigos de militância e também de uma brilhante advogada, vimos ali um sindicato dominado pelo medo e a incerteza, que acima de tudo era inposta por uma pressão muito forte de pessoas do próprio governo do estado que ali si encontravam, que de maneira covarde tomaram todo o poder de decisão da presidência e de toda diretoria atual do sindicato, que dentre outras atitudes absurdas imposta ali, ainda ganharam na justiça uma liminar dando o direito a voto a os inadimplentes, medida contraria ao que previa o estatuto do sindicato, essa decisão tomada pelo juiz, que para os trabalhadores rurais agiu com parcialidade nessa decisão, deixou muita gente que tinha suas obrigações em dia com o sindicato revoltadas. Mais ao sabermos dessas e de outras intransigências imposta por eles reunimos com Dercy, atual presidente do sindicato e todo seu pessoal, momento em que a advogada Marilda (MTL. Movimento terra trabalho e liberdade) pediu para ver o estatuto do sindicato e tomou um susto ao ver que no mesmo continha alguns artigos que dava poder a FETACRE. Federação dos trabalhadores rurais do acre, dentro do sindicato. Por isso a FETACRE instituição ligada ao governo nomeou de anti-mão uma comissão para conduzir todo o processo de eleição e impôs isso para o sindicato dos trabalhadores rurais de xapuri, tirando toda autonomia da atual presidente. Ao vermos como era composta a comissão eleita e imposta pela FETACRE notamos que quase todos os membros da comissão eram pessoas ligadas a FETACRE inclusive a presidência da comissão. A essas alturas vimos que a Sebastiana, atual presidente da FETACRE instituição ligada ao governo do estado já tinham como ganha a eleição do sindicato, tendo em vista toda armação que tinham feito e com a conivência do irresponsável do seu advogado e claro. No outro dia era sábado dia votação e logo cedo estávamos na sede do sindicato, e começou a chegar algumas pessoas notamos que pessoas simples, mas de coragem, eram trabalhadores rurais pessoas que vem ao sindicato deixar seu voto porque além do peso que carregam sobre os ombros carregam também um pouco de esperança e vontade de terem uma vida com mais dignidade e respeito. Mais alem deles vimos ali também pessoas importantes do governo do estado e do PT, pessoas como Júlia Feitosa, Sebastiana presidente da Fetacre, o Raimundão, estava lá também a assessora de políticas para mulher, também secretários e parlamentares, e outros ilustres que não lembro o nome, todos ligados ao governo do estado, alem de carros do INCRA, PREFEITURA, e GOVERNO DO ESTADO que buscavam gente para vota na chapa deles. Logo pela manhã ao chega ao a comissão eleita e imposta pela FETACRE dentro do sindicato, eles tomaram um susto e viram que Dercy não estava mais sozinha, notaram que dercy agora tinha uma excelente advogada e uma equipe a sua disposição que apesar do pouco tempo para agir traçaram alguns planos e metas a serem alcançados no processo de votação. O primeiro seria a separação dos votos em duas urnas, ou seja, os inadimplentes votam em urna separada dos adimplentes orientou a advogada Marilda, já que a liminar dada pela justiça autorizava os inadimplentes a vota, mais não dizia si na mesma urna. Por isso a advogada orientou a dercy intervir nisso, mais o presidente da comissão não queria ceder, ai fomos para o confronto mesmo, e discutimos muito com os lideres da comissão e fiscais, momento em que ouvi vários acalorados confrontos verbais entre um representante do governo e a advogada Marilda que defendia Dercy, onde a mesma dizia que se o processo de votação fosse conduzido em uma urna só não haveria votação e convidou a todos da chapa de Dercy a si retira, pois estava acontecendo uma injustiça por parte de pessoas que queriam ganhar a eleição a qualquer custo, a mesma foi aplaudida e recebeu o apoio de todos, que depois de muito bate boca a policia foi chamada para, acompanhar todo o processo de votação, mais depois de longas discussões e apoio da maioria, a comissão imposta pela FETACRE cedeu e disse que os votos seriam em urnas separadas. Para si ter uma idéia todo poder de Dercy atual presidente do sindicato de trabalhadores rurais de xapuri foi tirado, e toda imposição da FETACRE não deixava que ela nem mais falasse, em determinado momento o presidente da comissão tomou o microfone de suas mãos impedido a mesma de falar, dercy era presidente do sindicato eleita de forma democrática por maioria, como foi reeleita, e um metido imposto ali pela FETACRE não tinha o direito de caçar sua palavra dentro da instituição que ela preside tomado o microfone de suas mãos. Mais todo o processo foi conduzido em urnas separadas adimplentes de um lado inadimplentes de outro lado. Durante todo o dia ouvi grande movimentação no sindicato e já para o final do dia chagamos a concluir que Dercy tinha perdido, pois ali havia uma pressão muito grande muita gente de interesse do governo envolvido no meio, levando e trazendo gente, e maioria das pessoas já tinha como certa a vitória de Assis o candidato da FETACRE, e muitos dos trabalhadores rurais de xapuri já lamentavam dizendo que si a chapa de Asis ganhasse não iriam mais pagar suas mensalidades ao sindicato, ja que estavam vendo que todos tinham direitos iguais a voto, tanto inadimplentes quando adimplentes. Mais diante de toda aquela movimentação ainda tínhamos esperança, em determinado momento conversava com Antônio Rocha e a Advogada Marilda, eu dizia que já teríamos perdido mais que estava bem disputada a eleição. Mais diante de toda aquela movimentação, e por traz de todo o processo de votação notamos ali também um povo traído, decepcionado, um povo cansado sofrido, desrespeitado, isolados no meio da floresta abandonados pelo poder publico, víamos ali um povo simples, muitos nem sabia ler nem escrever, como vimos um rapaz de 16 anos de idade para vota teve que por o dedo pois não sabia ler, nem escrever. Mais diante dessas e de muitas outras dificuldades que o trabalhador rural enfrenta, notamos ali um povo fiel a suas origens um povo que cumpre aquilo que diz um povo que tem total consciência das suas dificuldades nos seringais do acre, por isso não poderiam eleger uma chapa movida por interesses, imposta por um sistema que os oprime a cada dia.
Jocivan Santos
Jocivan Santos
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