A Direção da Polícia Civil e do Instituto Médico Legal esclarecem que o laudo cadavérico apresentado esta semana pelo IML não constatou nenhuma lesão, além do traumatismo craniano que foi a causa da morte do detento Martini Martiniano, no dia 07 de abril, tampouco constatou sinais de tortura. O documento foi instruído com mais de trinta fotografias. Lembramos ainda, que as autoridades policiais nunca afirmaram que o detento teria morrido por enforcamento.
Todas as testemunhas oculares do fato (detentos, agentes penitenciários e funcionários do corpo administrativo da unidade prisional) foram unânimes em afirmar que viram Martini Martiniano se jogar contra o chão, em um ato de suicídio. Segundo os depoimentos, o preso fez uma tentativa de enforcamento, mas acabou caindo de costas, batendo com a nuca no chão - o que ocasionou o traumatismo.
A tão comentada marca na parte frontal da cabeça, sobre a qual recai a suspeita mencionada pela família e repercutida pela imprensa, de que tenha tido origem de agressão, na verdade, segundo o laudo, não se trata de lesão, e sim de hipóstases, também chamadas livores cadavéricos (quando o coração pára, a circulação cessa imediatamente e verifica-se acumulação do sangue do cadáver, por ação da gravidade,).
A Polícia esclarece ainda que, durante o tempo em que Martini Martiniano esteve preso, havia indícios de comportamento suicida, pois, quando esteve em Brasília (DF) foi encaminhado ao Pronto Socorro da Capital Federal, e bateu várias vezes a própria cabeça contra a cama. Há também cartas que foram apreendidas nos autos, escritas por Martini, cujo teor era em tom de despedida.
Já foram ouvidas cerca de 30 (trinta) testemunhas e o caso tem integral acompanhamento do Ministério Público, por intermédio do Promotor de Justiça Danilo Lovisaro do Nascimento, executor do controle externo da atividade policial e fiscalização de presídios, o qual está acompanhando todas as diligências e tendo conhecimento de todos os elementos de convicção colhidos, na investigação.
Esta semana um perito criminal foi enviado a Brasília para a confecção do exame de DNA, pesquisa científica importante para casos complexos, como a morte do detento Martini Martiniano. O inquérito está sendo conduzido de forma imparcial e isenta, objetivando subsidiar o Ministério Público e o Poder Judiciário de todas as informações necessárias para o esclarecimento da verdade.
Emylson Farias
Delegado Geral da Polícia Civil
Rui Charle Oliveira
Diretor do Instituto Médico Legal
0 comments:
Postar um comentário