



Cansados de promessas não cumpridas, cerca de 300 agentes penitenciários cruzaram os braços nesta quarta-feira, 29, em frente à Unidade de Recuperação Social Francisco de Oliveira Conde para reivindicar melhores condições de trabalho. De lá, eles seguiram para a Assembléia Legislativa, mas os deputados ainda não haviam retornado de Cruzeiro do Sul. Homens da COE armados com fuzis foram chamados para garantir a segurança no local. Hoje, uma reunião com a equipe de governo foi marcada, às 15 horas, na Secretaria de Articulação Política.
De acordo com Adriano Marques de Almeida, representante dos agentes, a prioridade das reivindicações neste momento são os equipamentos de segurança e proteção individual, que inclui cassetetes, algemas, coletes e capacetes. “Até agora o governo não entregou esses equipamentos e estamos trabalhando sem nenhuma segurança,” destacou.
Ele denuncia que a administração do presídio chegou a colocar presos da marcenaria para fabricar cassetetes de madeira. “Eles tiveram essa idéia absurda, imagine a qualidade do material,” ironizou.
Adriano denuncia ainda que os agentes estão há sete dias sem almoçar, nem jantar depois de encontrarem sangue dentro da comida, uma vez que são os próprios detentos que preparam a alimentação deles. “Esta semana um reeducando jogou sangue na comida, nós a qualquer momento podemos ser vítimas de algo bem pior, veneno, tudo. Até os presos se recusam a comer e o Iapen tenta mascarar tudo,” afirma.
Os agentes pedem ainda a exoneração de diretores irregulares das unidades, como a diretora da penitenciária feminina Isabela Leitão, diretor da unidade 4 James Renan e unidade de Tarauacá, Helder Pinheiro. Segundo ele, esses diretores não preenchem os requisitos exigidos para ocuparem os cargos, como formação em assistência social, direito, psicologia, pedagogia ou serviço social. “Eles não possuem esses requisitos legais, já denunciamos no Ministério Público, mas ninguém faz nada, o órgão está sendo inerte,” reclama.
Um relatório contendo 400 assinaturas, denunciando as irregularidades dentro do complexo penitenciário será encaminhado ao Ministério Público Federal, Ministério da Justiça e para o Departamento Penitenciário Nacional. Uma cópia do relatório também foi entregue ao governador Binho Marques, por meio de sua assessoria esta semana. “Em nível Estadual nenhuma autoridade se posiciona contra o Iapen,” acrescentou.
Em retaliação às denuncias que estão sendo feitas, Adriano diz que até hoje o Iapen não homologou a autorização para que os agentes passem a receber o Bolsa Formação, incentivo federal no valor de R$ 400.
Com a paralisação, apenas 30% dos 880 agentes do Estado estão trabalhando. Com isso, apenas dois agentes estão fazendo a segurança por pavilhão, quando o normal seriam seis. Eles dizem que enquanto a situação não for resolvida e o governo não apresentar garantias concretas eles não voltam ao trabalho.
fonte:agazeta.net
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