O Secretário Nilson Mourão destacou que estudante Kethyla de Almeida foi corajosa e não se calou diante do ataque que ocorreu em outubro. Após denúncia no MP-AC, caso deve ser encaminhado ao MPF, segundo Mourão.
O secretário de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), Nilson Mourão, diz que pediu que o Ministério Público do Acre (MP-AC) apure o caso da estudante indígena Kethyla Taiane Shawanava de Almeida, de 18 anos, que foi surpreendida com uma carta deixada para ela com ofensas racistas.
Mourão explicou que o MP-AC deve encaminhar o inquérito para o Ministério Público Federal no Acre (MPF-AC), pois o caso ocorreu, no último dia 18 de outubro, dentro do campus da Universidade Federal do Acre (Ufac).
Em nota, a instituição repudiou a carta e disse que tomaria as medidas cabíveis. Ao G1, o MPF-AC informou que ainda não recebeu a documentação.
“Não temos um representante da Sejudh em Cruzeiro do Sul, mas tomamos conhecimento do caso após ser veiculado na imprensa. Nós acionamos o MP-AC para que tomasse as devidas providências e o caso foi encaminhado por meio do órgão ao MPF", explicou.
O secretário destacou a atitude da estudante que decidiu denunciar o ataque, fez um boletim de ocorrência e expôs o caso na imprensa. Ele lamenta que na maioria dos casos as vítimas acabem decidindo não levar o caso em frente.
“A própria vítima tomou iniciativas que merecem ser destacadas. Ficamos felizes com a atitude da estudante que procurou a justiça e não se calou diante de um fato tão triste. O inquérito está aberto. A carta foi digitada e não tem assinatura, por isso, tem que ser feito todo um trabalho de investigação”, afirmou.
Autor da carta pode ser expulso
Em entrevista ao G1, no dia 20 de outubro, a coordenação do curso informou que um processo administrativo deve ser aberto e que o autor da carta pode ser expulso da universidade.
Além disso, a PF está investigando o caso e também já ouviu a estudante. De acordo com o delegado Fabrício Silva, o objetivo é identificar o autor da carta e o que o motivou a agir dessa forma.
“Estamos tomando todas as medidas necessárias para tentar chegar ao autor desse suposto crime o quanto antes. Por enquanto não temos nenhuma suspeita. Li o documento da carta e a vítima, como qualquer pessoa que lesse, se sentiria abalada. Trata-se de uma agressão injusta contra uma pessoa que não fez nada. Seu único ‘problema’ é ser descendente de indígenas”, finalizou.
G1/AC
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