Ao que tudo indica, os problemas de atendimento e procedimentos
médicos registrados na Maternidade Barbara Heliodora continuam. A jovem
Maria Renata Queiroz, de 28 anos, que deu à luz a cerca de 10 dias, foi a
óbito na madrugada de sábado (23), depois de voltar à maternidade e ser
encaminha às pressas ao Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco
com problemas decorrentes do parto.
Segundo Airton Silva Leitão, que era esposo de Maria, todo o
procedimento até a chegada a maternidade foi normal, no entanto,
começaram a aparecer problemas no curativo da cesariana logo após a
mulher receber alta médica. “Durante o dia que chegou em casa até voltar
à maternidade, ela estava sentido dores muito fortes e na última sexta
estava sangrando muito, foi então que a levamos à maternidade. Chegando
lá, tivemos informações de que tinha ‘resto de parto’ dentro dela”,
disse Airton.
A jovem faleceu depois que médicos da maternidade encaminhara-a para o
Pronto Socorro (PS) de Rio Branco em estado grave. “Ela estava muito
debilitada e não resistiu. Os médicos do PS disseram que não daria para
fazer a ‘curetagem’, pois o útero de Maria tinha sido deslocado e
existia muito sangramento”, explicou Isamaira Lima, irmã de Maria
Renata.
Maria Renata deixou o esposo, duas filhas, uma de três anos e outra
de seis, e agora o filho recém-nascido, com apenas 12 dias de vida. O
que acabou sendo um pesadelo para Airton, pai das crianças, que não pode
trabalhar, pois tem que ficar cuidando das crianças.
Para Airton, o descaso na Saúde pública do Acre e a falta de pessoas
preparadas para realizar os procedimentos de forma adequada e atender
dignamente os pacientes na maternidade acabam levando bebês e mães à
morte. “Isso revolta nossas famílias e as deixam órfãs. Minha esposa foi
vítima e muitas podem ser caso providências urgentes não sejam
tomadas”, argumentou o viúvo.
Ainda de acordo com a irmã de Renata, a cesariana teria sido
realizada por um estagiário sem o acompanhamento de um médico. “Dois
médicos ficaram brigando para quem teria a responsabilidade de fazer a
operação na minha irmã e acabou que o procedimento foi realizado por um
estagiário”, afirmou Isamaira Lima.
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