A situação dos haitianos que saíram de Porto Príncipe, no Haiti, depois de um terremoto que devastou a cidade, vem causando imbróglio entre o Peru e o Brasil. O governo do Acre prestou toda a assistência aos refugiados por dois anos quando eles invadiram as cidades de fronteira (Assis Brasil, Brasiléia e Epitaciolândia), mas agora a situação se repete no lado peruano.
Mais de 105 haitianos estão instalados na praça principal de Iñapari, no Peru, em situações precárias. Mesmo ocupando outro território, o governo do Acre continuou a ajudar com doações de água e alimentos, mas o caixa chegou ao vermelho e o secretário de Justiça e Direitos Humanos do Acre, Nilson Mourão, declarou não ter mais condições de prestar ajuda.
Por conta disso, os haitianos ficaram desamparados e o governo do Acre representará contra o governo do Peru na Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) por não prover assistência básica. O documento está sendo formulado pela Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Acre e deve ser entregue à OEA até sexta-feira (17).
Nilson Mourão disse que a falta de assistência do governo peruano vem causando problemas aos haitianos. Quatro deles deram entrada no hospital de Assis Brasil em estado de coma por desnutrição, nos últimos dias.
A Embaixada do Peru foi notificada sobre a gravidade da situação dos haitianos em Iñapari. De acordo com Mourão, o embaixador do Brasil no Peru, Carlos Alfredo Lazary Teixeira, está em contato permanente com o governo peruano para tentar solucionar o problema.
Mais de R$ 2 milhões foram gastos pelo governo do Acre em assistência humanitária com os imigrantes.
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