Nesse momento em que a sociedade acreana vem sendo sacudida com os casos de latrocínios praticados em sua maioria por autoria de reeducando em regime semi-aberto ou aberto, os juízes da Vara de Delitos Tóxicos e Acidentes de Trânsito e da Central de Penas Alternativas (CEPAL), em parceria com empresários, especialistas criminais e advogados, mostram que é possível ressocializar. Em noite memorável, ontem, no Teatro Plácido de Castro, eles apresentaram números surpreendentes. Dos 580 reeducando incluídos no Programa de Prevenção às Drogas e Reinserção Social do Tribunal de Justiça, apenas 04 retornaram ao crime.
Assim, a juíza Maha Kouzi Manasfi e Manasfi e o juiz Élson Sabo, mostram como é possível cumprir com o papel ressocializante, um dos problemas que mais afligem a sociedade brasileira: saber o que se deve fazer com aquela pessoa que agiu de forma ilícita, que transgrediu as normas ditadas pelo estado.
- Nós precisamos acreditar nos homens – disse o desembargador Pedro Ranzi em entrevista exclusiva ao ac24horas.
Para Maha Manasfi, a solução não é construir mais presídios, mas oferecer ao reeducando um ambiente mais favorável para ele poder trabalhar e sustentar a sua família.
- Eu acredito nesse trabalho de reinserção social, acho que a divulgação foca muito o trabalho de reincidência no lugar de focar os crimes de pessoas que estão praticando pela primeira vez – comentou.
Para a juíza da CEPAL, os casos envolvendo reincidentes são exceções e não regra. A vitória apontada pela magistrada é, principalmente, “ver esses meninos entrando no mercado de trabalho, sustentar as suas famílias com dignidade e de forma lícita", comentou. Maha pediu apoio da sociedade, para ela, sem a participação social o trabalho da Justiça é prejudicado.
Durante a programaçao foi exibido a quarta etapa do programa de conscientização de dependência química. Segundo o juiz Élson Sabo, metade dos presos que estão condenados no presídio de Rio Branco são relativos do tráfico de entorpecentes
- Se a sociedade contribuir de alguma forma, no sentido de operacionalizar a reinserção social, de forma a profissionalizar os reeducandos, o retorno a sociedade será muito melhor – acrescentou o juiz.
O presidente do Tribunal de Justiça do Acre, desembargador Pedro Ranzi, frisou a dureza dos processos trabalhados pelo judiciário, mas a sensibilidade social do que chamou de “mão amiga”.
- Esse é o pensamento da instituição, de não apenas condenar e mandar para o presídio, mas recuperar as pessoas, de dar oportunidade de essas pessoas voltarem ao processo normal – disse
O ponto alto do evento foi a apresentação do Coral Redenção, formado por 32 reeducandos do regime semi-aberto e aberto, com a regência do advogado, Otoniel Tury. Integrantes do curso de Cuidador de Idoso, realizado em parceria com o Ministério Público também participaram da programação.
A iniciativa do Poder Judiciário do Acre, ratifica a campanha institucional do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), denominada “Começa de Novo” que visa sensibilizar a população brasileira da necessidade de reinserir no mercado de trabalho e na sociedade, presos ou engressos do sistema carcerário.
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