Deus te abençoe, minha filha.
Maria Beatriz Sarney pode escolher ser abençoada por Deus ou pelo presidente do Senado, seu avô. Na segunda opção a bênção vem mais rápido. Basta uma palavra de seu pai com Agaciel.
Bia faz parte de um enredo pegajoso, mas é inocente. É triste ver a moça tendo suas conversas carinhosas com o pai expostas nas páginas do escândalo. A violação da privacidade é sempre uma violência.
Os diálogos absurdos não são culpa dela. A culpa é do tipo de privacidade que sua família a ensinou a ter, e que o Brasil assinou embaixo.
Ela só pediu um emprego para o namorado. E o presidente do Brasil declarou, em seguida, que é preciso ver a diferença entre matar, roubar e pedir um emprego.
Lula, a maior autoridade da República, ensina que a honestidade é relativa – e nem assim sua autoridade é questionada pelos brasileiros. Por que é Bia quem tem que consertar o Brasil?
Lula foi claro: não venham pedir a pena de morte para um mero ato de nepotismo. O presidente está dando o exemplo. O que é uma pequena pilantragem, diante de uma grande pilantragem?
Se o Brasil aceita o discurso de um presidente que relativiza a desonestidade, a família Sarney está no papel dela.
Aí começam a surgir as denúncias de que Fernando Sarney comanda uma organização criminosa. Lá vem literatura. Ele só arranja os empregos certos para as pessoas certas, com a bênção do pai e o dinheiro do povo – e isso Lula já disse que não dá pena de morte.
Se o pai, o avô e o presidente não se incomodam com isso, e o Brasil não se incomoda com o presidente, Bia Sarney tem mais é que cuidar do namorado dela. E curtir o seu Iphone novo.
Guilherme Fiuza
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